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Tango

Era noite. Apenas uma lâmpada fraquejante iluminava a velha sala. Da janela, ouvia-se o forte ruído das grossas gotas d’água que o céu lançava, furioso, sobre a terra. O vento fazia tremerem os vidros enquanto se lamentava num choro de … Continuar lendo

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Vinte e quatro de Março

Com a licença de todos, um post pessoal hoje. Em memória de José Cecílio dos Santos. 1 Naquela noite, eu dormi. Sonhei com a alegria, Os sorrisos e as brincadeiras, Sua voz, abraços e conversas. Vi seus olhos, e eles … Continuar lendo

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Eu odeio interrogações

. Eu odeio interrogações. Sobretudo as que necessitam de uma resposta pronta, pois as respostas prontas, as respostas na ponta da língua, retiram da pergunta feita a magia do “talvez”. . Eu odeio interrogações. Ainda mais as que trazem a … Continuar lendo

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No fundo da xícara de café vazia

. No fundo da xícara de café vazia posta em cima da mesa (desocupada, se não por mim) . no fundo, onde se acumulam os restos frios e sem gosto do que outrora aquecia-me a língua, . onde se acumula … Continuar lendo

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Inspelho

Há um corredor longo e estreito de paredes de pedra fria e de chão escuro, fosco, no qual as pegadas não se cicatrizam, a não ser pelo som dos passos retidos e rebatidos pelo concreto. . Há um corredor longo … Continuar lendo

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Primeiros grãos de terra

Chovia. O céu, pintado em um cinza frio que quase chegava a ser branco, dava a impressão de que o dia não avançara desde o início da manhã, apesar de ser mais de quatro da tarde. Um vento frio corria … Continuar lendo

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Retratos

Comprei dois porta-retratos. 1 Em um, pus a foto de uma moça pra lembrar vida inteira que já foi. 1 O outro, eu deixei vazio pra lembrar a vida que teria sido.

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Passagem

Meus passos marcam a passada Passada pesadamente dia após dia. Mas que será de meus passos Quando restar somente a elegia?   – Que deles restem as pegadas E que, de mim, a poesia.

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Metáfora

Entrou uma mosca grossa e desajeitada por uma fresta da janela do meu quarto. Entrou por engano – também voava por engano – e logo quis sair de lá: deu uma volta e voou pra janela, mas não achou de … Continuar lendo

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Ecos

            – Pai? Entrei no quarto escuro lentamente, sem fazer muito barulho. Meu pai estava deitado na cama, de olhos fechados. – Pai? As cortinas estavam corridas sobe a janela, mas deixavam escapar alguns tímidos raios de sol que já … Continuar lendo

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Bitucas

              A noite era calma. Não havia brisa e o tempo estava agradável. No céu, poucas eram as estrelas que conseguiam se sobrepor à densa fumaça tossida pela cidade.  Eu estava sentado em um ponto de ônibus, esperando pela … Continuar lendo

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Os papéis

O relógio marcava seis e meia. Da janela, por detrás das cortinas cuja cor oscilava entre o branco e o verde, as primeiras estrelas surgiam tímidas, minúsculas, pintando de branco o céu de muitas cores. Sim, o céu se pintava … Continuar lendo

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Quase-conversa

– Com licença? “Claro, fique à vontade., Obrigada, Imagine, afinal, o ônibus é de todos, não?, É sim, mas parece que tem gente que não se dá conta disso…, É verdade, as pessoas andam muito frias hoje em dia, Muito, … Continuar lendo

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Defesa do Beco

A despeito da paisagem, dos carros, da avenida, dos prédios grandes e dos jornais, não é do Beco a culpa pelos ratos.   “Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte? — O que eu vejo … Continuar lendo

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Vitrine

Céu púmbleo. Denso. A fumaça tossida pelas ruas preenche e completa com monotonia cinza a descor dos prédios, das janelas e das almas. O cinza se distingue em densidade de matéria e de cor mas é sempre frio. Assim como … Continuar lendo

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